Quando se pensa em África, é normal surgir logo aquela vontade de fazer um Safári, conhecer de perto a savana e ter contato com a vida selvagem. Nesse post vou contar como foi nossa experiência no Quênia, com dicas exclusivas, inclusive de como encontrar um Safári de acordo com a sua necessidade.

Safári ou Game Drive

O Safári ou Game Drive turístico é uma passeio por terra em lugares “selvagens”,  pela savana africana ou na selva. Existem Safáris em outros lugares além do continente Africano, contudo, em razão da especificidade da vida selvagem no continente, é bem comum esse tipo de atividade por lá, em diversos países, sendo as mais comuns nas reservas do Quênia, onde fizemos, na Tânzania, Zâmbia, Botswana, Namíbia e África do Sul. 

Porque escolher o Quênia para o Safári?

A princípio, como eu relatei no post sobre a organização da nossa viagem pela África, link aqui, tínhamos várias opções, mas nada concreto. Em razão disso, pesquisei muito sobre os Safáris de cada País e o que tinham pra oferecer.

Nessas pesquisas, meu interesse maior foi pelos Safáris da Tanzânia, Quênia e Zâmbia, porque de certa forma ofereciam mais do que a vida selvagem e os Big Five. Por exemplo, na Tanzânia e no Quênia era possível conhecer os Masai ou Masaai, que são um grupo Africano de seminômades, que possuem vilas nesses dois países.

No Quênia, tem o Lake Nakuru (Lago Nakuru), que é um lago que serve de refúgio para aves migratórias, como por exemplo: flamingos, além de outras aves residentes ou não, como também de outros animais selvagens.

Como compramos a passagem para Zanzibar (Tanzânia) pela Kenya Airways, ganhamos esse presente, que foi o Safári no Quênia, com direito a conhecer os Masai/Masaai e o Lake Nakuru.

Como reservar o seu Safári?

Confesso que senti um pouco de dificuldade para encontrar um site que oferecesse opções viáveis financeiramente falando, de Safáris.

Por sorte, o Henrique achou o site do SafáriBookings, que foi uma mão na roda! Selecionamos a quantidade de dias que ficaríamos, filtramos o preço e “tcharam”, achamos o nosso Safári “4-Day Masai Mara & Lake Nakuru”, pela Karibu Safaris, pelo preço de 400 Dólares, que incluía:

  • Transporte de/para o aeroporto;
  • Transporte de/para os parques onde seriam reaizados os Safáris;
  • Alimentação (café, almoço e jantar);
  • 2 litros de água por dia, por pessoa;
  • Visita a Vila Masai/Masaai;
  • Visita ao Lake Nakuru; 

Hospedagem em Nairóbi

Como precisávamos de hospedagem no dia que chegaríamos ao Quênia, em Nairóbi e no último dia, pois iríamos embora na madrugada seguinte, mandei e-mail para a agência que adicionou o custo de 25 Dólares por pessoa, para essas duas “diárias” em um hotel do centro.

O custo total para todos os dias foi de 425 Dólares por pessoa, sendo o total para 4 pessoas 1.700 Dólares. Do valor total, para concluir a reserva, a agência solicitou sinal de 200 Dólares via PayPal.

The Big Five

Quando você começa a pesquisar sobre Safáris, é normal ler muito sobre os Big Five, que são os cinco animais mamíferos considerados os mais perigosos e difícieis de serem caçados pelo homem.

São eles:

  • Búfalo
  • Elefante
  • Leão
  • Leopardo
  • Rinoceronte

Para os Masai/Masaai, por incrível que pareça, dos cinco aí elencados, o elefante é o mais perigoso. Sempre achei que ele fosse de boa, tranquilão, mas me enganei.. rs.

O roteiro

1º dia: Chegando à Nairobi

Chegamos à Nairobi no final da tarde, pagamos o visto no aeroporto mesmo, no valor de 50 Dólares. Não houve nenhuma burocracia para entrar no País, pelo contrário, foi tudo bem tranquilo.

Nosso guia já estava nos esperando no aeroporto para nos levar ao nosso hotel, onde dormiríamos aquela noite. O hotel reservado pela agência foi o Decasa. Não tinha luxo algum, era bem simples e só servia mesmo pra dormir.

Chegamos lá à noite, pois o aeroporto era bem longe e o trânsito, caótico. Nosso guia nos sugeriu que jantássemos no próprio hotel, pois a região não era aconselhada para turistas transitarem a noite, sendo um pouco perigoso.

Jantar no Hotel

Seguimos o conselho e fomos jantar no hotel do restaurante do hotel que além de muito demorado, não servia uma comida muito boa, mas foi suficiente para matar a fome. A média de preço gasto por cada um aquele dia foi de R$ 8,00 a R$ 12,00.

As malas maiores nós deixamos no hotel mesmo, pagando uma taxa de 20 Dólares, para as quatro malas, todos os dias. Para os dias que ficaríamos fazendo Safri, levamos apenas mochilas com itens essenciais.

2º dia: Game Drive ao anoitecer

Nosso guia estava nos esperando pontualmente as 07:30 horas para seguirmos ao nosso acampamento em Maasai Mara Game Reserve, Lenchada, com uma parada no Great Rift Valley para fotos no caminho. Almoçamos em um restaurante na estrada e a comida embora muito simples, estava muito boa.

Chegamos em nosso acampamento ao final do dia, deixamos nossas mochilas e seguimos para o Parque Nacional de Amboseli para fazer nosso primeiro Game Drive (Safári) ao anoitecer.

Já nesse dia vimos dois dos “The Big Five”, o elefante e o búfalo, além de vários outros animais, como girafas, cabras de leque, gazelas, pumbas, entre outros.

Voltamos para o acampamento para jantar e dormir.

Nota importante: A energia do acampamento é abastecida por gerador, que é desligado pontualmente as 22:00h. Todos os equipamentos eletrônicos são carregados no restaurante/refeitório.

A água quente também acaba rápido, portanto, não deixe para tomar banho muito tarde à noite, pois você pode ficar sem ou pior, ficar sem água.

Já no nosso primeiro dia, tivemos uma visita indesejável em nossas instalações! A barraca é interligada a parte do banheiro que é de alvenaria e, por incrível que pareça, um gato doméstico estava passeando no forro que, no meio da madrugada resolveu desabar e nos matar de susto, hahaha 😀

Veja também: Viajando sozinha para a Índia

3º dia: Game Drive e visita a Vila Masai/Masaai

Depois do café da manhã, seguimos para o Parque Nacional de Amboseli. Fomos ao Lake Mara que fica dentro da reserva, onde vimos muitos hipopótamos, que são super perigosos e crocodilos também. Na entrada desse vale, tem até uma plaquinha com aviso do perigo e só é possível entrar acompanhando de um guarda armado.

Seguimos depois para o “ponto” que definia a divisa Quênia/Tânzania, para aquela foto bem turísitca :D.

Depois disso, voltamos para a Savana, para encontrar um local seguro para almoçarmos um lanche, ao estilo piquenique.

The big five

Esse dia foi bem intenso porque ficamos buscando ver os Big Five. Felizmente vimos filhotes de leão, leoas e por fim, o rei da Selva, o leão. Conseguimos também ver o Leopardo, além de vários outros animais selvagens, faltando só o rinoceronte para completar a lista.

Eu gostei bastante da nossa empresa porque o nosso guia realmente estava empenhado em nos mostrar os The Big Five.

Vila Maasai Mara

Ao entardecer, fomos levados a Vila Masai/Maasai. A única coisa que me incomodou foi que não nos avisaram que para ter “acesso” aos Masai/Masaai, era necessário desembolsar 20 Dólares para “ajudá-los”.

Primeiro porque “ajuda” tem que ser no valor que você quer e pode ajudar, correto? E segundo porque estávamos com o dinheiro contado, o que nos atrapalhou muito ao longo da viagem. Contudo, como já estávamos lá e tínhamos grande interesse em conhecê-los, pagamos os 20 Dólares.

Dança típica

Os Masai/Masaai nos apresentaram a dança típica deles e depois o vilarejo. Chegou uma hora que cada um deles pega um do grupo e leva para as suas respectivas casas, para contar um pouco mais da sua história e da família. Até aí tudo bem, porque é tudo muito interessante, porém, ainda dentro da casa, eles tentam vender os artesanatos que fabricam por um preço exorbitante.

Pega turista?

Eu me senti muito mal com a situação porque além de serem insistentes, parece que não entendem o não. Me senti mal também porque tudo aquilo não passava de um “pega turista”, uma armadilha, de certa forma.

A visita em si é muito interessante e legal, contudo, essa parte do desmembramento da equipe, para conhecer as casas, é meio que uma armadilha, pelo menos foi o que eu senti.

Depois disso, voltamos para o nosso acampamento, para seguir o passeio no dia seguinte.

4º dia: Game Drive pela manhã e chegada a Nakuru

No itinerário desse dia, estava previsto que faríamos um Game Drive pela manhã, para depois seguirmos a Nakuru, onde dormiríamos para fazer o Safari no dia seguinte. Ocorre que nosso guia veio com uma conversa que achava melhor seguirmos pra cidade de Nakuru, onde no caminho faríamos um Boat Safari no Lake Naivasha (Lago Naivasha).

Acatamos a mudança nos planos porque ficamos entusiasmados com o Safari no barco, no Lago Naivasha, contudo, quando estávamos próximos ao local, nosso guia nos avisou que teríamos que pagar 20 Dólares para fazer o dito passeio. A revolta foi geral no nosso grupo e falamos que não íamos desembolsar mais nenhum dólar, pois em tese, era para tudo estar incluso.

Resultado, chegamos ao nosso hotel em Nakuru cedo e praticamente perdemos esse dia, já que não fizemos absolutamente nada interessante. Em razão disso, nós quatro e uma família de quatro pessoas que estavam com a gente também, enviamos um e-mail ao Robert da agência, responsável pelas reservas.

Até então não recebemos nenhum litro de água sequer durante os passeios. Tal fato foi objeto de reclamação no e-mail que enviamos, também.

Jantamos no hotel que nos colocaram e fomos dormir para o Sáfari que faríamos no dia seguinte.

6º dia: Parque Nacional de Nakuru

Logo pela manhã, enquanto tomávamos café, nosso guia nos avisou que em razão das reclamações que fizemos, a agência iria nos “dar” o Boat Safári, que faríamos depois de irmos ao Parque Nacional de Nakuru, para conhecer o famoso lago e fazer o Safári.

Rinoceronte

Inicialmente fomos ao mercado, onde o guia comprou nossa água para então seguirmos para o Parque. Fizemos o Game Drive no Parque Nacional de Nakuru e vimos o quinto e último dos The Big Five, o rinoceronte! O rinoceronte é muito difícil de ser visto por lá em razão da caça predatória e ilegal, que ameaça a espécie de extinção. São dois tipos de rinocerontes, o branco e o negro. O branco está quase ameaçado de extinção e o negro já está em estado crítico. Tudo por causa do chifre dos animais que são vendido no mercado negro e vale muito dinheiro. UM ABSURDO!

Segundo nosso guia, estima-se que dentro de alguns anos a espécie será extinta, tanto do negro quanto do branco, uma vez que apesar de haver leis que proíbam a caça, os criminosos não respeitam, invadindo as áreas de preservação e matando os pobres animais.

Lake Nakuru

Depois fomos para as margens do Lake Nakuru, descemos em uma zona considerada segura, tiramos algumas fotos e vimos algumas espécies de aves. Infelizmente não era época de migração dos flamingos, então não os vimos, como esperávamos.

Seguimos até um mirante, que tinha uma vista quase que completa do lago e que vista!

Boat Safári

Em tese, depois do Safári no Parque Nacional de Nakuru, deveríamos  voltar a Nairóbi, contudo, conforme prometido, fomos para o Lago Naivasha, para fazer o Boat Safári. Eu particularmente achei demais! Vimos muitas aves, de diferentes espécies, além dos hipopótamos! Nosso guia nos levou bem perto deles, apesar de não ser muito recomendável, em razão da instabilidade e agressividade do animal.

Estava chegando ao final nosso passeio, quando então seguimos a Nairóbi.

Como voltamos para o Decasa, decidimos que definitivamente merecíamos jantar em algum lugar legal e, não lá! Foi então, quando tivemos a brilhante ideia de irmos a um hotel cinco estrelas – The Stanley Hotel. Escolhemos o The Pool Deck, pois o hotel conta com outros restaurantes também.

O serviço do buffet era livre. Pedimos duas garrafas de vinho branco e uma de água para acompanhar. Esbanjamos! Não lembro preço em dólares ou na moeda local, mas em reais, a brincadeira nos custou R$ 180,00. Obviamente que se você for levar em consideração um jantar desse nível no Brasil, é barato.

Voltamos pro nosso humilde hotel, para seguirmos no dia seguinte para de madrugada para Zanzibar.

Valeu a pena?

Muito! A experiência foi indescritível!! Tivemos muita sorte em ver os The Big Five, pois não é todo mundo que vê. Tem que ter em mente que apesar de ser uma área de preservação ambiental, os animais ficam soltos e vão para onde querem, ou seja, pode ser que você veja tudo ou pode ser que não veja nada.

Então minha sugestão é, disponibilize no mínimo 2 dias para qualquer Safári.

Custo total em reais por pessoa, incluindo taxas e impostos

Considerando o dólar pago na época de R$ 3,50:

  • Passagens: Sem custo, pois foi adquirida por meio de Stopover;
  • Visto: 50 Dólares = R$ 175,00;
  • Pacote Safári: 425 Dólares = R$ 1.487,50
  • Depósito bagagem: 5 Dólares = R$ 17,50
  • Jantar primeiro dia: R$ 10,00;
  • Entrada Vila dos Masai/Masaai: 20 Dólares = R$ 70,00;
  • Água, cerveja e café: R$ 68,00;
  • Lembranças e presentes: R$ 122,50;
  • Jantar último dia: R$ 180,00

TOTAL: R$ 2.130,50.

Se fossemos considerar o dólar atual (turismo) de R$ 3,28, o custo da viagem seria de R$ 2.020,50.

Quer mais motivos para conhecer o Quênia? Não deixe de conferir nosso post ” 7 motivos porque você deve conhecer o Quênia”.

E aí? O que achou? Compartilha sua opinião com a gente 😉

**Post atualizado em 23/08/2017.

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Rodrigo Coelho

Rodrigo Coelho

Advogado. Apaixonado por culturas, cheiros e sabores diferentes. Viajante compulsivo.

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