Não é novidade pra ninguém a nossa paixão pelo Marrocos, né? Pensando nisso, resolvi escrever o roteiro completo do Marrocos e como foi nossa experiência em Janeiro/2018.
Se você não foi ao Marrocos ainda, tenho certeza que após ler esse post vai correr procurar uma passagem para lá, rs. E caso tenha ido, vai querer voltar 😛
Desde a primeira vez que fomos ao Marrocos em 2015, saímos com aquele gostinho de quero mais, sabe?
E quase três anos depois, a convite da Siroco Tours, esse tão esperado retorno chegou e não poderia ter sido melhor! Vem comigo que vou te contar t-u-d-o.
Dia 01: Chegando ao Marrocos por Casablanca
Antes de iniciar efetivamente o roteiro do Marrocos, vou explicar como chegamos lá. Surgiu uma oportunidade de irmos à Lisboa, quando saiu uma promoção de milhas da TAP, 49.000 pontos ida e volta de Guarulhos.
Quem tem o hábito de utilizar milhas, sabe que essa é uma tarifa muito baixa.
Pois bem, partimos de Lisboa à Clasablanca com a Ibéria, fazendo conexão em Madri. Mas daí você me pergunta, porque não comprou o voo direto com a TAP, ou até mesmo buscou a passagem em uma low cost?
A resposta é simples! Como só tínhamos o dia da nossa chegada em Casablanca para visitarmos a Mesquita Hassan II, precisávamos chegar o mais cedo possível, pois o último horário de visitação era às 16:00h e TODOS, eu digo TODOS, os voos chegavam só de noite 🙁
Enfim, chegamos em Casablanca no horário de almoço, porém tivemos um pequeno problema com extravio das minhas malas e da Amanda. Conseguimos resolver tudo graças a nossa agência (ufa). Ficamos relativamente nervosos com o ocorrido, mas tudo foi melhorando no decorrer do dia.
Seguimos do aeroporto diretamente pra Mesquita, para conseguirmos pegar o último horário de visitação.
Valeu cada esforço, pois a mesquita é maravilhosa! A arquitetura dela foi assinada por um arquiteto francês chamado Michel Pinseau. Foram mais ou menos 8 anos para construí-la e sabe o que é mais legal? É que ela fica junto ao Mar não por acaso, e sim porque há um versículo no Alcorão que diz que o trono de Deus encontrava-se sobre as águas. Lindo, né? Eu achei muito emocionante.
O valor do ingresso é 120 dirhans marroquinos, o equivalente a mais ou menos 11 euros.
Em Casablanca também fica o rick’s café, que é famoso por conta do filme “Casablanca”. Não chegamos a ir nele, pois nos atrasamos em razão das bagagens, que eu já comentei em cima… então seguimos nossa viagem para Rabat, onde passaríamos a noite e parte do dia seguinte.
Chegamos em Rabat já de noite. Nosso riad era um sonho! O quarto tinha um lounge privado e um terraço. Pra gente já era uma atração, rs.
Dia 02: Rabat e Chefchaouen
Acordamos cedo, tomamos nosso café e seguimos pro Kasbah dos Oudaias, que é uma pequena fortificação medieval. O local é todo murado na cor ocre e dentro há residências e comércios atualmente. Assim como Chefchaouen, há bastante casas azul com branco. É simplesmente lindo.
A ruas de Kasbah dos Oudaias têm muitas casas antigas com lindos portões, vasos, plantas e mosaicos. Me senti em um cenário de filme, rs. Outra dica legal do nosso guia foi de chegarmos cedo, até umas 08:30h, pois o local fica “vazio”, sendo possível fazer belas fotos. Ahh, lá também você tem uma bela vista do mar 🙂
Saímos de lá e fomos para a Torre de Hassan, da Mesquita Hassan. Lá também, logo em frente fica o mausoléu de Mohammed V, que foi um grande rei em Marrocos, como também de seus dois filhos , Rei Hassan II e o príncipe Abdallah. É possível entrar no mausoléu, onde sempre há uma pessoa fazendo oração bem próximo do túmulo.
Depois de lá vimos um pouco da cidade e seguimos pra Chefchaouen, a famosa cidade azul!
Chegamos já com o sol se pondo, paramos em um mirante que dava para ver a cidade, tiramos algumas fotos e depois seguimos pro nosso riad que ficava do lado de fora da medina. Acomodamos nossas bagagens e seguimos pra medina azul! Passeamos, nos perdemos, rs, fizemos algumas comprinhas e depois jantamos no restaurante Casa Aladdin. Voltamos pro riad, pois nosso guia disse que teríamos que acordar bem cedo caso quiséssemos visitar a medina vazia, o que fizemos.
Vale muito a pena ir bem cedo para conseguir fazer aquelas famosas fotos legais nas ruas e casinhas azuis da medina.
Dia 03: Chefchaouen, Volubilis, Mecknès e Fez
Após nossa sessão de fotos na medina azul logo pela manhã, seguimos para Volubilis, que antigamente era o principal centro administrativo do império romano fora do Egito e hoje,são ruínas que constituem um sítio arqueológico parcialmente escavado. A entrada custa 10 dirhans.
Após o passeio fomos para Mecknès, onde nossa agência providenciou um guia local para nos acompanhar pela medina da cidade e explicar sobre o funcionamento das cidades imperiais do Marrocos.
As cidades imperiais do Marrocos são: Fez, Marrakech, Meknès e Rabat.
O passeio foi maravilhoso! Tivemos uma verdadeira aula sobre Meknès, as cidades imperiais e a arquitetura e funcionamento das medinas. Ah, aprendemos algumas palavras em árabe, rs.
Conhecemos também um local onde muito antigamente os moradores de Meknès utilizavam para guardar os cereais e os animais, muito interessante. Depois andamos mais um pouco na medina.
Meknès é muito famosa por seu artesanato em ferro na cor preta com trabalho em prata, como também nos seus teares (toalhas, lenços, etc). Visitamos uma loja/fábrica dentro da medina também.
Após nos despedimos de Meknès e seguimos para Fez, onde passaríamos a noite em um riad maravilhoso dentro da medina!
Não sabe o que é uma medina? Então descubra o que são as medinas do Marrocos aqui.
Dia 04: Fez, Azrou, Ifrane e Vale do Ziz
Iniciamos nosso dia pela medina de Fez. Aqui também nossa agência providenciou uma guia local para nos levar conhecer a medina de Fes e sua história, já que é uma das maiores do Marrocos.
A medina de Fez é patrimônio mundial da UNESCO, então conhecê-la com um guia, na minha opinião é essencial! Após ouvirmos muito sobre a história e andar por algumas ruas, das 9.000 ruas e vielas da medina de Fez, fomos conhecer um curtume. Eu não resisti e comprei um casaco azul de couro de camelo, rs.
Almoçamos e seguimos para Azrou e Ifrane. Ifrane é um povoado que fica entre o Grande Atlas e Médio Atlas. Para os marroquinos, segundo nosso guia, ela é considerada a Suíça do Marrocos, em razão do seu elevado preço. É o destino de férias dos ricos, rs.
No inverno tem muita neve lá, sendo possível esquiar e praticar outros esportes também. Descemos um pouco, tiramos algumas fotos e seguimos para o Vale do Ziz, onde passaríamos a noite.
Dia 05: Vale do Ziz, Erfoud, Rissani e Merzouga
Acordamos bem cedinho e fomos caminhar no Vale do Ziz com um guia local, também providenciado pela nossa agência.
É uma imensidão de palmeiras de tâmaras e olivas, além de outras árvores. É simplesmente lindo! Andamos, andamos e chegamos a um kasbah (casbá) abandonado.
Kasbah ou casbá (em português) é o nome das cidadelas cercadas por muros ou muralhas.
É uma antiga cidadela, que não é mais habitada, onde antigamente viviam os berberes.
Voltamos ao nosso riad, onde eu fiz um workshop (curso) de culinária! Rs. Aprendi a fazer uma legitima pizza berbere! E o mais legal é que a pizza que eu fiz foi nosso almoço, rs.
Nos despedimos do lindo Vale do Ziz e fomos para Erfoud.
Nas imediações de Erfoud há escavações de fósseis, onde se permite concluir que um dia o solo do deserto do Saara já foi um oceano!
Olha, eu amei isso! Rs. Primeiro nós fomos a uma “fábrica”, onde as rochas escavadas com os fósseis viram artesanatos! Mesas, saboneteiras, estátuas ou até mesmo vendem os fósseis em seu estado bruto. Depois nós fomos ao local onde esses fósseis são escavados e com a ajuda do nosso guia, conseguimos achar alguns fósseis que pegamos de lembrança no 0800. Como ele disse, 0800 = de graça, rs.
Depois dessa aventura, seguimos pro deserto de Merzouga, onde pegamos nossos dromedários e seguimos pelas dunas em direção ao nosso acampamento. Paramos para assistir o por do sol nas dunas… que vista maravilhosa.
Finalmente chegamos ao nosso acampamento no meio do deserto, onde jantamos e assistimos uma apresentação de música berbere! O céu do deserto de noite é um verdadeiro tapete de estrelas!
Dia 06: Deserto de Merzouga, Khamlia e Deserto de Ouzina.
Acordamos bem cedinho para vermos o nascer do sol nas dunas do deserto de Merzouga. Se já vimos o por do sol, porque não ver o nascer do sol, não é mesmo?
Voltamos pro acampamento para tomar nosso café da manhã e seguimos rumo ao deserto de Ouzina. Lógico que nesse trajeto fizemos algumas paradas.
Conhecemos uma extensão onde há extração de minérios e vimos como o trabalho é feito! É muuuito interessante! Lógico que eu peguei algumas pedrinhas que estavam no chão no estilo 0800, rs.
Depois conhecemos um povoado de berberes nômades. São considerados nômades obviamente porque armam suas barracas no deserto, ficam um tempo e logo se mudam. O povoado nos recebeu super bem, nos mostrando suas barracas e explicando o seu modo de vida. Óbvio que só conseguimos fazer isso com a ajuda do nosso guia, que traduzia simultaneamente o que nômades falavam, pois eles só falam berbere.
Fomos recebidos com chá e pizza berbere. 😀
Nesse dia nós fomos convidados pelo nosso guia para almoçarmos na casa dele! A família dele nos recebeu de forma muito acolhedora, foi muito bom! O almoço estava uma delícia, era uma tajine de legumes com frango.
Conhecemos também um grupo do Senegal e assistimos uma apresentação de música típica deles.
Até chegarmos a Ouzina, vimos muitas coisas de beleza indescritível! Passamos por um trecho da rota do antigo Rally Paris-Dakar.
O sol estava se pondo quando chegamos em nosso hotel em Ouzina. Assistimos o por do sol no terraço do nosso hotel. A vista era incrível, pois as dunas do deserto de areia se contrastavam com as dunas do deserto de pedras.
Dia 07: Deserto de Ouzina e Zagora
Acordamos cedinho para ver o nascer do sol no terraço do nosso hotel (adoramos isso). Tomamos nosso café da manhã e continuamos na nossa rota Paris-Dakar.
Parte da rota que fizemos é a mesma rota do Rally Paris-Dakar. O Rally começava na Europa e terminava na África, após passar pelo deserto do Saara.
Almoçamos em lugar no meio do deserto, para podermos experimentar o pão de areia. Esse pão de areia é como se fosse uma pizza berbere, porém o modo como é assada, é enterrada na areia.
Depois continuamos nossa rota, até chegarmos em Zagora, onde ficamos hospedados em um Kasbah privado, que era dirigido por um estudioso de estrelas e planetas. Acho que um cientista, né? Rs.
Após o jantar subimos para o terraço para ver as estrelas, planetas e a lua através dos telescópios profissionais que ele tinha. Tudo dependia da visibilidade, porém no dia que estivemos lá a visibilidade da lua estava perfeita!
Dia 08: Zagora – Garganta do Todra e Vale do Dades
Acordamos um pouco mais tarde esse dia, almoçamos em um restaurante super legal em Zagora e seguimos para a garganta do Todra. Passeamos pela garganta do Todra. As falésias chegam a 300m de altura, separadas por 15 metros.
Como o sol já estava se pondo, fomos pro nosso hotel que ficava no Vale do Dades, dentro das rochas! Era sensacional.
Dia 09: Vale do Dades, Ourzazate, Ait Benhaddou e Marrakech
Logo cedo seguimos para um ponto bem alto no Vale do Dades para algumas fotos. Depois fomos para Kelaat-M’Gouna, que é a cidade das rosas! Visitamos uma cooperativa de rosas, onde as mulheres que trabalham lá produzem óleo, sabonete, creme, entre outros produtos a base de rosas.
Depois fomos pra Ourzazate. Optamos por não descer no Atlas Studios, pois da vez passada que estivemos no Marrocos conhecemos. Então seguimos direto pra cidade Ait Benhaddou que á patrimônio mundial da UNESCO. A nossa agência providenciou um guia local para nos mostrar e contar tudo sobre a cidadela.
Após seguimos para as montanhas do Atlas, onde paramos em alguns lugares pra foto e por fim em um restaurante para almoçar, que ficava ao lado de uma cooperativa de argan.
Visitamos a cooperativa do óleo de argan e seguimos rumo a Marrakech. 😀
Chegamos no finalzinho de tarde em Marrakech, e a cereja do bolo estava aí, rs. Nossa agência providenciou um riad dentro da medina que era um verdadeiro sonho. Como nos disseram, um riad digno de 1001 noites. 😀
Fomos recepcionados com o famoso chá de menta, deixamos nossas malas e fomos andar pela medina até chegarmos a praça Jemaa El-Fna para jantar. Eu particularmente AMO MARRAKECH!
Óbvio que a primeira coisa que fizemos ao pisar na Jemma El-fna foi tomarmos o nosso amado suco de laranja que é único lá, rs e depois jantamos.
Andamos pela praça, já era tarde umas 22:00 horas quando voltamos pro nosso riad.
Dia 10: Marrakech
Acordamos cedo, tomamos nosso café, fizemos algumas fotos no riad, rs, e fomos encontrar um guia local escolhido pela nossa agência para conhecermos os principais pontos da medina e da cidade.
Conhecemos a Madrassa Ben Youssef, que antigamente era uma faculdade e hoje é um museu, a Mesquita Kotoubia (que não é permitida a entrada para não muçulmanos), o Palácio Bahia, que possui uma arquitetura maravilhosa, com belos jardins e decoração com mosaicos.
Fomos também conhecer os túmulos Saadianos que é um mausoléu dos corpos de 60 membros da Dinastia Saadiana, que reinou em Marrocos nos séculos XVI e XVII. O local foi construído durante o reinado de Ahmed al-Mansur e só foi encontrado em 1917.
Antigamente como o seu acesso era pela Mesquita Kotoubia, não era aberto a todo o público, pois como dito, a Mesquita só pode ser frequentada por muçulmanos. Após muitos anos fizeram um acesso por fora da Mesquita, possibilitando que os turistas não muçulmanos a conheçam.
Depois de conhecermos esses pontos, fomos até uma farmácia berbere dentro da medina, que além de ter sua própria cooperativa de argan, também vende diversos chás, remédios caseiros, etc.
Terminamos nosso passeio com o guia, almoçamos na praça Jeema El-Fna. Como era domingo, a fila para conhecer os Jardins Majorelle estava muito grande, então resolvemos deixar de lado por essa nossa passagem lá. Mas vale muito a pena conhêce-la!
Como tínhamos um tempo livre, fomos até o Carrefour, rs, isso mesmo, o mercado. Fomos lá para comprar alguns vinhos marroquinos, doces, cosméticos, etc.
Voltamos a praça Jeema El-Fna, assistimos algumas apresentações de dança e música, quando surgiu a ideia de fazermos um hammam, rs.
Como era final de viagem, merecíamos né? Deixamos nossas compras e fomos fazer o nosso hammam.
Hammam também é conhecido como banho turco. É um tipo de banho com esfoliação em um ambiente quente e com vapor. Depois eles aplicam uma máscara corporal com argila, sauna e ao final um banho frio.
Ah, depois do Hammam também no mesmo lugar fizemos uma massagem relaxante 😀
Após nosso banho fomos jantar na praça Jeema El-Fna e após, gastar nossos últimos Dirhans que haviam sobrado, pois afinal no dia seguinte partiríamos bem cedo para Porto, em Portugal.
Quer saber mais sobre o Marrocos? Então não deixe de acompanhar nosso vídeos pelo país em nosso canal do YouTube! Ah, não se esqueça também de se inscrever e ativar o sininho, rs.
É difícil descrever como foi tudo tão incrível enquanto estivemos no Marrocos. Só indo para saber 😛
E aí, ficou com vontade de ir ou voltar pro Marrocos? Conta aqui pra gente!
ola, estou pensando em ir em Novembro, da pra fazer em menos de 10 dias? Como vcs fizeram os translados? Alugaram carro ou foi translado tipo excursao? Vc nao pos o nome dos hoteis, vc os indica? Pode me enviar? Muito obrigada.
Oi Silerere tudo bem? Acredito que de sim para adaptar em menos de 10 dias.
Nós fechamos um tour privado para nós três com uma agência portuguesa que opera turismo no Marrocos, que se chama Siroco Tours.
Se fizéssemos por conta própria, não conseguiríamos conhecer tudo o que conhecemos.
O tour incluía todos os translados, guias nas principais cidades e hotéis. Valeu muito a pena, pois conseguimos conhecer inúmeros lugares que são fora da rota turística e no nosso tempo. Essa agência é especializada em roteiros autênticos. Nosso guia/motorista era Marroquino mas falava português, o que nos ajudou muito enquanto estávamos lá.
O site deles com todos os Contatos é: https://sirocotours.com/
Espero ter ajudado. Abraços
Bom dia! Estou querendo ir em fevereiro, sabe dizer se seria um bom mês? como estaria o clima nesta época?
Oi Jamel, sim. Porém ainda é inverno por lá e consequentemente frio. Estivemos em janeiro… era frio, mas nada absurdo sabe? O bom é que não é alta temporada e você consegue fazer a viagem com mais tranquilidade.
Abraços